segunda-feira, dezembro 31, 2007

O OUTRO LADO DA MOEDA



Você já leu em, Marcos 3:1, a cura do homem que tinha a mão ressequida? Pois é, quando o Senhor Espírito Santo me levou a este texto, de cara pensei que fosse falar comigo como se eu fosse a mulher da mão ressequida. Eu estava na Rodoviária, de onde nosso amigo Rogério acabava de voltar para sua cidade, e tive que esperar quase duas horas pelo meu filho, então, tive bastante tempo para refletir, com o Espírito falando em meu espírito.




É claro que, muitas vezes, somos a pessoa que tem a mão ressequida por vários anos. Mas, naquela noite, o Senhor me mostrou o outro lado da moeda. Jesus, naquele contexto, estava sendo confrontado por alguns sobre Suas ações e as ações dos Seus seguidores. Então, entrou novamente na Sinagoga e, sabendo que O observavam para O acusarem, mesmo assim, chamou aquele homem doente para o centro das atenções. Todos devem ter prendido a respiração... será que o curaria, mesmo sendo sábado? Será que não sabia que estava sendo observado? Antes, porém, de curá-lo, Jesus perguntou aos que estavam ao Seu redor: "É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la?". O Senhor já havia afirmado que era Senhor do sábado e que o sábado fora feito para o homem e não o contrário. Agora, encarava-os, questionando-os sobre a prática do bem no sábado. Teriam ouvido o que ensinara?




Aquelas pessoas reunidas ali incluíam aqueles "alguns" que O questionaram sobre o jejum, os fariseus, que queriam acusá-lO, Seus próprios discípulos que, por certo, entraram na sinagoga com Ele, além de pessoas do povo, como o homem da mão ressequida. Pois Jesus perguntou em voz alta e, imagino, que os encarou a todos... Mas a única resposta que recebeu foi o SILÊNCIO. Será que era isso o que Ele esperava? Por que será que nem Pedro teve um daqueles arroubos de sinceridade e respondeu algo bem forte? Por que será que os filhos do Trovão nada disseram? E o povo, por que não disse que seria bom fazer o bem? Já que os fariseus, sabemos, não poderiam responder sem se perder em seu próprio objetivo de pegar o Mestre, por que os outros se calaram?




Mostrou-me o Senhor, em minha própria realidade, que eu mesma, muitas vezes, guardo um incômodo (ou cômodo...) SILÊNCIO diante de coisas/situações sobre as quais o Senhor Palavra Viva me questiona ou confronta. Quantas vezes já ouvi claramente o que o Senhor está me perguntando, sugerindo ou pedindo e fiquei inerte, sem responder? Ou balancei a cabeça apenas, mas não deixei meu coração ser balançado? E daí se os fariseus de hoje pensam desta ou daquela forma? E daí se o povo todo está olhando? E daí se "alguns" pensam "assim ou assado"? E daí se o fato de estar dentro de uma sinagoga/instituição me "obriga" a ficar quieta e concordar/respeitar/aceitar/incorporar aquilo que o Senhor está confrontando?


O que pode justificar que eu não responda nem corresponda com o que Jesus está querendo dizer ou fazer?


Posso ouvir algumas vozes dizendo que Jesus já sabia que ninguém responderia. Creio que Ele, realmente, imaginava isso. Creio que o Espírito Santo tinha total ciência disso. Mas imaginar ou saber o comportamento esperado não impediu que Jesus Se decepcionasse com aquele silêncio. Afinal, a pergunta se resumia em saber se o certo era AMAR aquele homem, curando-o, ou não. A questão era se faríamos isso às outras pessoas de mão ressequida, quando estivéssemos caminhando no Reino ou ficaríamos presos a qualquer outra coisa. E isso revelou o coração dos "alguns", dos fariseus, do povo, mas, também, dos discípulos ali presente. N-I-N-G-U-É-M considerou mais importante ter uma atitude de AMOR do que seguir quaisquer outras regras.


E Jesus ficou INDIGNADO. Imagino isso. Pois Ele estava ali demonstrando o AMOR a cada passo-palavra-atitude e, mesmo assim, NINGUÉM havia entendido e se posicionado. Nem os que O seguiam demonstraram um coração novo, feito de "carne"... mas o "bom e velho" coração de pedra, companheiro dos olhos que não vêem e dos ouvidos que não ouvem...


E Jesus ficou CONDOÍDO. E aqui eu paro, pra chorar. Jesus ouviu aquele silêncio, que respondeu tudo para Ele, e sentiu uma dor, feita de compaixão... Será compaixão pelos surdos/mudos, que não responderam? Será compaixão pelo pobre homem que esperava, angustiado, que aprovassem sua cura? Será compaixão de Si mesmo, por ter que conviver com aquela geração incrédula? Penso que Jesus ficou condoído por um pouco mais que tudo isso. Penso que Ele enxergou até mesmo o meu coração, revelado naquele silêncio. E teve compaixão da falta de AMOR que haveria entre Seus filhos, no Seu Reino, mesmo depois de consumar sua prova suprema de AMOR, na cruz. Penso que condoeu-Se com a multidão dos doentes, famintos, sedentos, cativos, carentes, descridos e descrentes que andaria pelo mundo, perguntando com suas vidas, olhares revoltados, mãos estendidas e comportamentos diferentes: É LÍCITO FAZER O BEM? É LÍCITO GERAR VIDA? É LÍCITO AMAR?


Penso que meu Senhor enxergou o egoísmo, comodismo, legalismo, institucionalismo, sensacionalismo e todos os outros "ismos"que atam nossas mãos e nos impedem de curar, libertar, ressuscitar, AMAR em Seu Nome... Não sei quanto a Você, mas penso que Ele me viu... e teve compaixão daqueles que eu não AMO como Ele me amou...

??????????????????

Minha resposta deve ser um grito de arrependimento e esperança de que o Senhor me perdoe, tenha compaixão de mim e me ensine a AMAR. E que eu não apenas dê liberdade para Ele cure as mãos ressequidas em mim e nas outras pessoas, mas tenha coragem e disposição para me posicionar diante quaisquer de Suas propostas, perguntas, questionamentos, sem olhar para mais nada, a não ser para aquilo que deseja o meu Senhor. Que eu AME, já que o mandamento do Reino é AMAR.
Prefiro que o Espírito me desperte, mesmo INDIGNADO, toda vez que o meu silêncio for feito de covardia, malícia, maldade ou julgamento, e Sua compaixão gere AMOR em mim. Por Jesus e por todas as pessoas.

E, quanto a Você? Sua resposta o que diz? Como Você se posiciona? O mais importante é o que eu e Você decidirmos a partir desta reflexão...

quinta-feira, dezembro 20, 2007

EM COMPASSO DE ESPERA


Algo acontece comigo quando tenho que esperar...
Dentro de mim, há borbulhas que se aquecem
e se esquecem de apagar
este fogo de ter que fazer.
O que tenho que fazer?

Há borbulhas que, fervendo,
vão rasgando por dentro e doendo
e fazendo doer os momentos
que se passam...
em compasso de espera.

Vejo o que acontece na Nigéria,
ouço o que se passa aqui na esquina,
sinto um fogo arder pela Praça Luis de Camões,
desejo 24 h de contemplação
e até isso traduz o desejo de fazer...


Pessoas me vêm à mente,
em pensamentos que desmentem
a verdade desta espera.
E, quando penso neles...
Katharine Kulmann, Ruth Heflin,
Emanoel da Nigéria, Teresa de Calcutá...
vejo que há sempre gente fazendo
o que o Amor manda fazer,
com resultados de Amor concreto
que não dá pra desmentir...

E aí o meu fraco amor me recorda
que nem amo tanto as tribos dos diferentes,
dos metaleiros, dos emo, dos rastafári,
dos dependentes, dos inconseqüentes,
dos tatuados, dos que usam piercings,
dos deprimidos, dos indecisos, dos decididos,
dos loucos, dos mendigos, dos miseráveis,
dos velhos, dos jovens, das crianças,
dos esquecidos, dos não-lembrados,
dos doentes, dos desenganados,
dos pobres, dos órfãos e das viúvas...
... nem os amo tanto assim...
pois nada faço e nada deixo de fazer
por nenhum deles...
...a não ser uma oração que, talvez,
nem seja por eles, seja por mim,
do tipo que pode me desobrigar,
já que, afinal, oração é algo que fiz...
E, agora, nem sei dizer:
se o que estou pensando enquanto espero
é sinal de que não sei esperar
ou de que o compasso de espera
está no fim e, enfim,
a hora veio e já é esta,
de AMAR de verdade
àqueles que ninguém mais ama...
...nem mesmo eu...
...ao menos, até aqui.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Sacerdote-eu

Foi muito bom saber que sou sacerdote do Reino de Deus. Saber que sou, essencialmente, sacerdote. Que, assim, sacerdote, é que me identifico com o propósito que o Rei tem para minha vida, de estar diante dEle e diante de todos, como quem O adora, essencialmente, e tomou sobre os próprios ombros a cruz de levar o Reino por onde vão meus próprios pés. Sem nenhuma intenção de conquista material, mas onde meus pés vão pisando, se estou consciente do que sou (sacerdote-"eu"), vou pisando e implantando o Reino.

Senti isso, agora, caminhando pelas ruas do centro. Onde pisei, senti que "o Espírito do Senhor está sobre mim e me ungiu para...". Então, a consciência da oração que o Amado ensinou foi se tornando viva em cada lugar que passava, desde a Igreja São Benedito, onde orei, até a Praça Luís Camões, onde o Pai falou comigo.

Pergunto: como posso me deixar abater, ou melhor, permanecer abatida a ponto de ficar cega-surda-muda, se, como sacerdote, tenho algo mais que minhas próprias lágrimas e tentações para levar por onde vou? Como? Como? Como?

"E, ao conhecer Teu Coração, meu mundo se faz pequeno, se desbaratem meus sonhos. E, ao descobrir Teu GRande Amor, toma sentido minha vida, todo problemas é esquecido...", como canta Jesús, para Jesus.

Re-contando

Faz algum tempo que percebi que estava no limiar de algo grande e diferente, mas não tinha idéia do que fosse, nem, tampouco, ainda tenho. Mas, bem, faz oito dias que o Espírito Se moveu de forma sobrenatural e nos fez falar/ouvir sobre dependência. Faz um pouco mais de tempo que o Vento vem soprando nesta toada nas reuniões e nas reflexões das madrugadas.

Faz sete dias que partimos, alegres com o testificar do Espírito a nos mover, mesmo enfrentando pressões que nem ainda podíamos entender. E faz esse tempo que o Senhor conduziu tudo, aqui e ali, as voltas que demos, as canções que ouvimos, as risadas no carro, as frases que ouvimos ao chegar, para que pudesse falar conosco durante aqueles dias. Faz seis, cinco dias que o Senhor Se mostrou Pai-mais-que-nunca e nos fez encontrar com nossa cruz e a maior aventura de nossas vidas: a DEPENDÊNCIA dEle.

Faz seis dias que nos irritamos com coisas que não entendemos, que, talvez, tenham acontecido somente por nossa causa. Faz seis, cinco dias que oramos, deixando que o Pai tire de nossas vidas tudo o que não é dEle. Faz cinco dias que o Pai gerou em nós um coração de Pai. Faz sete, seis, cinco dias que estivemos no lugar certo, na hora certa, ouvindo o que era certo... pela graça do Pai.

Faz cinco dias que dissemos: "Não vejo a hora de voltar para a vida e viver isso!". Faz quatro dias, hoje é o quinto, que estamos vivendo o nosso grito: "DEPENDÊNCIA!". Bom, estamos vivendo apenas os primeiros segundos de tanto que ainda virá. Mas, me responda: se soubesse que começaria assim, como foram esses cinco dias, mesmo assim teria dito "SIM, QUERO VIVER ISSO NA MINHA VIDA!"????

quinta-feira, dezembro 13, 2007

O Pai esperou até uma quinta-feira...

Quando oramos como fizemos, pedindo ao Pai que retire de nossas vidas tudo o que não vem dEle, pensamos que o Pai vai tirar o que achamos que não é dEle, mas... poderemos ter "surpresas". Entendo isso, porque quando meu filho está achando algo muito bom ou confortável para ele, mas percebo que não é bom, eu tiro dele, mesmo diante de suas lágrimas...

Também sou grata ao Pai. E, particularmente nesta situação, estou grata a Ele. As águas que estão passando sobre nós são dEle e são mesmo para purificar e trazer a um estado de "inexistência se não for nEle". Talvez, morramos... Bem, espero que sim.

Estou entendendo o "morrrer" para que Cristo possa viver. De quinta para cá, tanta coisa tem sido desconstruída dentro de mim! Mas, como é bom saber que o Pai está agindo assim, porque nos ama e quer PARA ELE. Já dissemos ao Pai que não interessam mais nossos sonhos ou objetivos, mas vejo que pensávamos em coisas mais superficiais quanto dizíamos isso. Mas, o Pai ouviu. E estou dizendo a Ele que, não apenas os sonhos ou objetivos que eu já tinha deixado pra trás, mas, também, a forma de me conduzir, de pensar e de sentir, o que me motiva a ficar com Ele, as impressões mais internas que tenho da vida, o que penso sobre mim mesma, os direitos e deveres que acho que tenho ou não tenho, a ídéia de que algo ou alguém me pertença, bem, tanta coisa...

O Espírito Santo me mostrou que não quer ser o primeiro ar da minha manhã, mas o ÚNICO AR QUE EU RESPIRO. Sendo assim, não tenho vida sem Ele, não respiro fora dEle. Respirar é função compulsória do organismo. Ninguém tem que pensar para respirar, pois não se pode controlar. É função básica, animal mesmo. Mas, o que o Pai está querendo conosco pega desde aí: não podemos controlar nem nossa respiração, nem respirar oxigênio, como todos os seres fazem. Temos que respirar o Espírito Santo, fôlego soprado em nossas narinas no Eden. Viu quanta Graça? O mundo todo está lutando, mais e mais, a cada dia, para encontrar ar puro e, cada vez mais, estão sobrando gás carbônico e outros gases tóxicos... Estamos indo para o plano imutável do Pai, onde nosso ar é E-L-E!!!

Tudo bem, então. Quero começar agora!

Obrigada, Pai! Não rejeito Tua disciplina, mas a amo. Dou liberdade às Tuas águas fortes, para que passem em nossas vidas e nos purifiquem até "não existirmos se não for em Ti". E, quando elas passarem, que ouçamos Tua voz de muitas águas, peçamos perdão e nos arrependamos. E confiemos em Ti. Obrigada pelo Teu amor, que, de verdade, lança fora todo medo! Obrigada pela Tua paciência, que esperou até quinta-feira para começar fazer em nós o que o Senhor já desejava fazer desde a eternidade! Sim, venha o Teu Reino!!!

terça-feira, dezembro 04, 2007

ENTÃO, PRA QUÊ?

Há tanta coisa que não edifica em nossas vidas. Um simples olhar pelo cotidiano demonstra o quanto colecionamos de coisas, programações, sentimentos, pensamentos e atitudes que não precisariam fazer parte dele. Não nos dominam, talvez até convenham, mas não edificam... Então, pra quê?


É melhor falar de mim pra mim. E esperar que cada um fale de si... Sou livre para escolher e decidir o que pode ou não fazer parte de minha vida. Esta liberdade é minha, em Jesus. Sou livre, porque não estou sujeita ao domínio de nada. O único domínio a que pertenço, irremediavelmente, é o Reino de Deus. E, nele, sou livre para escolher. Às vezes, excluo o que é descaradamente incoveniente e, quase sempre, deixo passar o que parece convir. Mesmo que seja para ter por ali... Afinal, "pagando bem, que mal tem?"


O pior é que estas coisas acabam pesando na caminhada. Ao menos, na minha. É como se eu me preparasse para caminhar no parque e levasse minha mochila, onde não houvesse nenhuma droga ilícita, nenhuma barra de chocolate, mas uma garrafa de água, uma maçã e todos os bilhetes que recebi de colegas de classe e todas as tampinhas das garrafas de refrigerante que tomei na vida. As drogas poderiam me dominar e o chocolate não convém... por isso, não estão na mochila. A água e a maçã me "edificam"... já os bilhetes e as tampinhas, certamente, não chegariam a ser incovenientes, se estivessem guardados num baú... mas, na mochila, são um peso desnecessário... e não "edificam". Então, pra quê?
De mim para mim, espero ser sensível e livre o suficiente para enxergar estas coisas e descartá-las. E, assim, ficar mais livre e mais sensível para viver e desfrutar daquelas que, não só convêm, mas me fazem crescer...
(Bom, um passo já dei: deletei 703 mensagens armazenadas em minha caixa de e-mails. Pode ser um pequeno passo para qualquer um, mas para mim foi um recorde no salto em extensão...)