terça-feira, fevereiro 12, 2008

Um vírus perigoso

Tenho refletido sobre a maneira como a cruz pode me capacitar a não me importar com as críticas e maus tratos que, eventualmente, venha a receber de alguém. Não se trata de perdoar, mas de não se importar. Entendi que, como Jesus fez, colocar o cumprimento da missão da minha vida em primeiro lugar pode me ajudar e muito nisso.

Descobri, contudo, bem vivo em mim um outro desejo: o de conseguir ser indiferente às pessoas que me entristecem e, muito provavelmente, às pessoas que me entristecem porque estão muito próximas de mim.

Um alerta de vírus de alta periculosidade está piscando na minha mente, enviado pelo meu espírito, lembrando-me que o meu crescimento em Jesus está em risco, porque a indiferença é o oposto direto do amor. Não é ódio o contrário do amor, porque o ódio é uma paixão inflamada. O contrário do amor, que é decisão da vontade, é a indiferença, que é decisão da vontade. Posso decidir me tornar indiferente a alguém, em algumas situações, mas corro o risco de que o amor morra em mim, por causa disso.

Jesus foi indiferente a uma pessoa: Herodes, a quem não dirigiu nem uma palavra, nem um olhar de amor, nem um movimento de compaixão. E isso fazia parte do plano do Pai, que tinha que se cumprir. Mas esse não foi o padrão dos relacionamentos de Jesus. Mesmo com relação às pessoas que o incomodaram, àquelas que o fizeram indignar-Se, mesmo com o amigo que O traiu ou o discípulo que O repreeendia, sem entender Sua missão... com todos estes, Jesus teve gestos e postura de amor. E, até mesmo por Judas ou Herodes, Jesus morreu na cruz, autenticando não a indiferença, mas o amor. E a todos os que lhe causaram sofrimentos e dores inomináveis, Ele encerrou no amor, perdoando e falando deles ao Pai.

Sim: o que Jesus espera de mim é que eu ame, incondicionalmente. E incondicionalmente quer dizer sem condições, ou seja, até nos momentos em que a pessoa me causa tristeza ou sofrimentos. Xeque-mate. Morte à indiferença! Preciso amar. Preciso decidir amar, apesar de... Preciso decidir amar aos afegãos, aos índios, a todos os próximos-distantes, que não vejo, nem sinto. Mas, preciso me decidir a amar os próximos-bem-próximos, que, de tão próximos, esbarram em mim, muitas vezes. E amá-los como Jesus amou: de graça, sem projetar expectativas neles quanto ao que vão me devolver ou à forma como deveriam corresponder ao meu amor.

Diz respeito ao meu crescimento na caminhada em Jesus, que me levará a alcançar, um dia, o alvo de ser parecida com Ele. Então, preciso querer que seja assim e contar com a ajuda do Amigo Espírito para isso. Porque, de mim mesma, confesso: não tenho forças. Mas quero, mesmo que seja dificil...

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